Polícia investiga se mulher forjou suicídio da companheira para ocultar assassinato, em Teresina
04/12/2024
Karita Joara de Lima morreu em 26 de setembro de 2024. Ao acionar a polícia, a companheira dela afirmou que se tratava de um caso de suicídio. Entretanto, legistas encontraram ferimentos que não são compatíveis com essa versão. Karita Joara de Lima
Arquivo Pessoal / Daniel Lustosa
Uma mulher chamada Maria do Perpétuo Socorro Pereira, de 35 anos, foi presa na última quarta-feira (27) suspeita de ter assassinado a sua companheira, Karita Joara de Lima, em Teresina. Segundo o primo da vítima, Daniel Dángelio Lustosa, a família não acreditava em suicídio.
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"Estava na melhor fase da vida dela", disse Daniel.
Karita Joara morreu em 26 de setembro de 2024 em sua casa no bairro São Pedro, Zona Sul de Teresina. Ao acionar a polícia, Maria do Socorro afirmou aos policiais que encontrou a companheira enforcada, vítima de suicídio.
O caso é investigado pela Delegacia de Feminicídio do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo a delegada Nathália Figueiredo, a suspeita alegou que Karita se enforcou com um cinto preso a um gancho usado para pendurar redes.
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Entretanto, os legistas encontraram ferimentos que não são compatíveis com essa versão. As lesões encontradas no pescoço de Karita apontam que ela foi vítima de enforcamento de forma "horizontal". Ou seja, por algo ou alguém que estivesse na mesma altura que ela.
Ainda conforme a delegada, Karita e a suspeita estavam sozinhas em casa. Karita tinha ainda ferimentos em diversos pontos da cabeça. Já a companheira não tinha nenhum ferimento.
"Ela mesma relatou que estavam as duas em casa. E afirmou que não tiveram nenhuma briga. Há indícios fortíssimos de que a morte foi violenta, não foi um suicídio", contou a delegada.
Maria do Perpétuo Socorro foi presa em prisão temporária, com prazo de 30 dias. A investigação aguarda ainda a conclusão de outros laudos periciais para encerrar o inquérito.
Afastamento da família
Em entrevista ao g1, o primo de Kárita, Daniel disse que o relacionamento entre as mulheres era recente. Elas estavam juntas e moravam na mesma casa acerca de 6 meses.
De acordo com o primo, Kária se afastou da família depois que iniciou o relacionamento. Daniel afirma que só via a prima quando ela ia trabalhar, porque o trajeto passava pelo seu local de trabalho também. Outros membros da família, como tias e madrinhas, também contam que não a viam.
O primo disse ainda que Kárita gostava de beber bebida alcoólica socialmente, mas parou desde que conheceu Maria. Pois a companheira não consumia e não gostava que a vítima bebesse.
Suicídio suspeito
A família estranhou logo de cara a tese de suicídio, porque Kárita estava em uma boa fase na vida. Ela estava bem profissionalmente e havia até mobiliado a casa.
Segundo Daniel, outro ponto questionado pela família e pela Polícia Civil que consta no atestado de óbito é uma pancada na cabeça. Segundo o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), Kárita sofreu uma lesão crânio encefálica.
Casa esvaziada
A família de Kárita Joara soube da sua morte através da companheira Maria. Segundo Daniel, quando os familiares foram a casa de Kárita, depois da sua morte, a residência havia sido arrumada e limpa.
Maria, a companheira, também havia recolhido todos os seus pertences da casa de Kárita, onde morava, e saído de Teresina. De acordo com Daniel, ela foi para uma cidade no interior do Piauí e não estava presente no velório e enterro da namorada.
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