Teresina é única cidade das Américas em pesquisa mundial sobre o impacto do calor extremo em gestantes
06/12/2024
Os dados preliminares da pesquisa serão apresentados no próximo dia 18, com o lançamento do plano de mitigação previsto para o primeiro trimestre de 2025. Mulher grávida
Imagem de yanalya no Freepik
Teresina é a única cidade das Américas escolhida pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA/ONU) para uma pesquisa inédita sobre o impacto do calor extremo na saúde de gestantes e no desenvolvimento dos bebês.
O estudo, elaborado pela Agenda Teresina 2030, venceu um desafio internacional que contou com 261 cidades de 30 países, e busca avaliar diretamente como as altas temperaturas afetam a saúde física e mental de mulheres grávidas.
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O objetivo principal é avaliar como o calor extremo afeta a saúde das gestantes, a pressão arterial – uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil – e o desenvolvimento dos bebês. Além disso, busca compreender o impacto do calor na saúde mental das mulheres.
A entidade explica que a pesquisa é inovadora porque, diferentemente de estudos anteriores baseados em prontuários médicos, ela se dá em campo, com a coleta de dados diretamente de gestantes atendidas na rede pública de saúde.
Os pesquisadores estão aplicando questionários em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e acompanhando a dinâmica do pré-natal durante o Dia da Gestante, promovido mensalmente nas UBS de Teresina.
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A oficial de gênero, raça e etnia do UNFPA, Luana Silva, explicou a importância da iniciativa.
“Teresina foi a única cidade escolhida nas Américas porque estamos realizando um estudo para analisar o impacto do calor extremo. Muitas vezes, quando pensamos em mudanças climáticas, associamos a inundações ou tsunamis, mas, em Teresina, especificamente, a gente tem que pensar nos cânceres de pele e na saúde mental das pessoas", explicou.
A gente sabe que a principal causa de mortalidade materna no Brasil é a pressão arterial. Então, a gente sabe que o calor tem impacto na pressão arterial. Nosso objetivo é garantir que ninguém seja deixado para trás. Apesar de as mudanças climáticas atingirem o mundo inteiro, elas impactam de forma diferente as pessoas mais vulneráveis", disse.
Luana destacou ainda que os relatos coletados até agora indicam que o calor afeta não apenas a saúde física, mas também a saúde mental das gestantes.
Conforme a pesquisadora, foi criado um diário de campo que reúne achados importantes, desde sofrimento mental extremo ou surtos no período de muito calor, preocupação de morrer no parto, de ter o parto durante o período do chamado B-R-O Bró.
"Então, isso tem impacto na saúde mental delas. Precisamos entender como os profissionais de saúde estão lidando com isso. Nosso trabalho é escutar as gestantes e, a partir dessas informações, elaborar planos de mitigação para apoiar essas mulheres e os profissionais que as atendem", disse.
Os dados preliminares da pesquisa serão apresentados no próximo dia 18, com o lançamento do plano de mitigação previsto para o primeiro trimestre de 2025. Segundo Luana, os resultados já apontam diretrizes importantes:
“Estamos encantados com os achados, que indicam o que pode ser transformado em políticas públicas. Não queremos que isso se limite a números; queremos transformar em ações concretas", concluiu.
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*Estagiária sob supervisão de Maria Romero.
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